domingo, 15 de junho de 2014

QUEM MAIS TEM MAIS QUER…

QUEM MAIS TEM MAIS QUER…


“Governos vem e vão, e nesse vai e vem promessas mil. Farsantes de plantão brincam de arruinar o meu país. E fazem tanto mal. Tem ordem superior. Não quero acreditar que essa gente é feita de cinismo e podridão.Abuso de poder: quem mais tem mais quer, e é sempre assim. Ladrões de ocasião, fazem da ambição o meio e o fim…”

Na década de 80 a banda de rock paulista “Zero” fez sucesso com a música “Quimeras”. No mesmo disco, cantou “Abuso de poder”, denunciando os farsantes de plantão, os cínicos, os demagogos, os hipócritas que abusam de nossa boa vontade e da confiança que depositamos em nossas instituições democráticas. 

“Puderosos de plantão” que abusam do poder político dos cargos e funções que ocupam, que abusam do poder econômico de especuladores financeiros, de agiotas e empresários criminosos que financiam suas promiscuidades, suas podridões e suas buscas desenfreadas pela conquista e manutenção do poder.

E é o que vemos por todos os lados: abusos de poder! 

No Executivo, no Legislativo, no Judiciário. 

Ao invés de cumprirem suas prerrogativas constitucionais, nossos governantes têm dado um péssimo exemplo aos cidadãos, incentivando o desrespeito à lei e à ordem, incitando a discórdia, desestruturando nossas instituições sociais (como a principal delas - a família), e causando, dentre outros males, um perigosíssimo: o descrédito da população diante de nossas instituições democráticas.

É necessário entender que os atuais agentes públicos não se confundem com nossas instituições democráticas. Precisamos separar o joio do trigo. Temos que salvar nossa república democrática das mãos desses “puderosos de plantão”, sedentos de poder, descomprometidos com os valores sociais, eivados de caráter e dignidade. 

Pois pois.

“MIL MANEIRAS DE ENGANAR A CONSCIÊNCIA, E TODAS ELAS SÃO ABUSO DE PODER…” (Guilherme Isnard e Celso Fonseca - integrantes da banda de rock paulista “Zero”)

INDIGNAÇÃO

- Em resposta ao anúncio do lançamento do livro “Nobre deputado”, de autoria do juiz Marlon Reis (autor do projeto de lei da ficha limpa), onde o magistrado denuncia, por meio de uma obra de ficção, as formas corruptas pelas quais os “puderosos de plantão” chegam e se mantêm no poder, o presidente da Câmara, Henrique Alves, sentiu-se ofendido e ameaçou apresentar representação contra o autor no CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

- Surpreso com a manifestação daquele nobre deputado, Marlon Reis afirmou que o Congresso deveria era buscar medidas para debelar a compra de votos, ao invés de tentar intimidar e perseguir quem é contra a corrupção.

- Em minha humilde forma de pensar, não consigo entender como algum cidadão sério e honesto possa se sentir ofendido com a pesquisa científica acerca das falhas de nosso sistema político e a denúncia de tais problemas com vistas à busca de soluções. Alguém pode me explicar o porquê de uma reação tão “forte” de nosso nobre deputado?

- Não muito longe dali, do outro lado da rua, o presidente do STF deixou os demais nobre ministros sem reação, ao chamar um advogado de “anta” em plena sessão pública, expulsando-o do plenário da casa por força de seguranças.

- Dizem que o tal advogado estava bêbado, e que explodiu indignado ao ver suas sucessivas petições serem devidamente “engavetadas” no gabinete daquele nobre presidente, sem poder dar nenhuma satisfação a seu cliente.

- Ainda naquela nobre Praça do três poderes, outros nobres deputados apresentaram projeto de decreto legislativo com intuito de sustar os efeitos da Resolução do TSE que redefiniu o número de representantes dos Legislativos do país. Nossos nobres deputados querem que voltemos aos tempos quando tudo era resolvido nesse país por decreto...

VERDADE

- Nossos nobres governantes estão levando nossas instituições democráticas para o lixo. Não devemos deixar de acreditar na democracia. Precisamos é entender o seu funcionamento. Buscar identificar suas falhas. Levar esclarecimento à população para que assim possamos livrá-la dos nobres “puderosos de plantão”. E o momento é agora. Nas eleições. Nas urnas. Como diria o Pepe Legal: “E nõooon se esqueça disso!”

*Edson Travassos Vidigal é advogado membro da Comissão de Assuntos Legislativos da OAB-DF, professor universitário de Direito e Filosofia, músico e escritor. Especialista em Direito Eleitoral e Filosofia Política, foi servidor concursado do TSE por 19 anos. Assina a coluna A CIDADE NÃO PARA, publicada no JORNAL PEQUENO todas as segundas-feiras.

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