quarta-feira, 11 de setembro de 2013

AINDA ESTAMOS VIVOS

Por Edson Travassos Vidigal*

Abençoada é a morte, que nos faz parte de nosso tempo. Que nos gruda a um mundo que nunca mais existirá. Um mundo que nos fez o que somos. Um mundo cheio de um mundo nosso.

O de camisas de botões, bermudas e calças de sarja, cintos e sapatos com meias sociais escuras, cheio de bocas caladas, sufocadas, amordaçadas, cheio de subterfúgios e criatividade para sobreviver, cheio de lutas veladas e recados pelos muros, cheio de engolir  à seco ou arriscar sumir, pertenceu a nossos pais. 

O de camisetas brancas, cheias de frases de efeito e de indignação já manifesta (apesar da censura), pertenceu a outra juventude inquieta, que já sem freios na língua, existia, falava, gritava, cantava e ainda se rebelava. Um mundo sem Big Brothers e sem Pedro Bial. Um mundo onde Renato Russo e Cazuza diziam mais que o Faustão.

(Ô louco!)




* Edson Travassos Vidigal é advogado, professor universitário de Direito e Filosofia, músico e escritor. Assina a coluna A CIDADE NÃO PARA, publicada no JORNAL PEQUENO todas as segundas-feiras.

Facebook: edson.vidigal.36
e-mail: edsontravassosvidigal@gmail.com
Blog: edsontravassosvidigal.blogspot.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário